Ciclus pretende construir usina WTE no RJ

FONTE: Brasil Energia

Tratamento térmico de 1,3 mil toneladas de resíduos por dia geraria 30 MW

Em entrevista ao EnergiaHoje, o diretor da Ciclus, Artur Oliveira, fala sobre os próximos passos do projeto: “Estamos avançando no licenciamento. Agora demos entrada na licença de instalação. Assim que sair o documento, estaremos aptos a iniciar as obras do empreendimento.”

Em maio de 2019, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) emitiu a licença prévia para a Ciclus implantar a unidade de recuperação energética (URE) do Caju. A empresa possui concessão da Comlurb (companhia de limpeza urbana carioca) para a gestão integrada dos resíduos do Rio de Janeiro.

“A empresa é responsável pela transferência, transporte, tratamento e disposição final de todo o lixo gerado. Isso inclui o funcionamento de cinco ETRs e de uma moderna central de tratamento de resíduos (CTR), com um aterro sanitário bioenergético e rigorosos padrões de segurança ambiental”, diz Oliveira.

Na infraestrutura da CTR, o gás metano, um dos poluentes resultantes da decomposição do lixo, é tratado e transformado em biogás. Diariamente, são captados 450.000 metros cúbicos de metano, gerando uma redução de emissão na atmosfera equivalente a retirar das estradas 300 mil carros por ano.

A Ciclus também faz a conversão de créditos de carbono a partir desse processo.

“Recentemente, o novo marco legal do saneamento foi sancionado, com medidas que tendem a ser positivas para a gestão segura e sustentável de resíduos. São propostas para garantir recursos para as atividades de coleta e tratamento do lixo, para possibilitar novos investimentos, como a URE, e oferecer mais segurança para que as empresas do setor operem sem dívidas”, comenta o diretor.

Sobre o projeto da URE ser complementar ao projeto da concessão, Oliveira diz: “Com a concessão operando com viabilidade jurídica e econômica, a Ciclus pode implantar novas tecnologias de beneficiamento de resíduos. Trata-se de uma equação: com garantias de um lado, a construção da URE avança do outro”.

A Ciclus pretende buscar financiamento para o projeto, estimado em R$ 500 milhões, através de bancos de fomento, como o Banco Mundial, a Caixa Econômica e o BNDES.

A empresa reitera a importância da discussão sobre leilões de compra de energia elétrica voltados exclusivamente para a fonte de resíduos sólidos, que ainda não existem no Brasil. “É um mecanismo importante para firmar contratos a longo prazo”, encerra o executivo.