Consórcio formado pela Ecorodovias e GLP vence leilão da BR-153
FONTE: Valor Econômico
O grupo ofereceu o desconto máximo de 16,25% na tarifa de pedágio e, adicionalmente, uma outorga de R$ 320 milhões
O Consórcio Eco153, da Ecorodovias em parceria com a GLP (com 35%), venceu a disputa pela concessão da BR-153, entre Tocantins e Goiás. O grupo ofereceu o desconto máximo de 16,25% na tarifa de pedágio e, adicionalmente, uma outorga de R$ 320 milhões. O leilão foi realizado na tarde desta quinta-feira (30), na sede da B3, em São Paulo.
O Eco153 superou a oferta da CCR, que também ofereceu o desconto máximo de 16,25% na tarifa e uma outorga de R$ 117 milhões. Como a diferença no valor da outorga foi superior a 10%, não houve disputa por viva-voz.
Com a vitória, o grupo assume um contrato de 35 anos, para operar um trecho de 850,7 quilômetros. Estão previstos investimentos de R$ 7,8 bilhões, além de custos operacionais estimados em R$ 6,2 bilhões.
Além do valor da outorga, o concessionário aportará um montante adicional de R$ 960 milhões, que serão destinados a uma conta vinculada, a ser usada em obras ou descontos na concessão. Assim, o valor total aportado pelo consórcio Eco153 chegará a R$ 1,28 bilhões.
Os investimentos incluem a duplicação de 623,3 km – destes, 357,9 km serão duplicados entre o terceiro e décimo ano da concessão, e os restantes, entre o 19º e o 25º ano.
“O objetivo nosso não é arrecadar. Vamos entregar um projeto melhor do que havíamos pensado”, afirmou o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, após o leilão, que trouxe uma série de inovações.
A Ecorodovias comemorou o resultado e destacou a segurança e a qualidade do projeto.
“Conseguimos ganhar oferecendo uma proposta que achamos boa para a Ecorodovias e o governo federal. A empresa está cumprindo a missão de virar um grandíssimo operador rodoviário”, afirmou o diretor-executivo do grupo, Caffo, na batida de martelo.
A Ecorodovias é controlada pelo grupo italiano Gavio (46,6%) e pela Primav (da CR Almeida, com 22,37), e tem 30,9% de seu capital negociado na B3.
A companhia, que é um dos principais operadores de rodovias do país, vem participando dos leilões de rodovias nos últimos anos, mas o último contrato conquistado foi o das BR 364/365, em Minas Gerais, em 2019. Desde então, a empresa perdeu a disputa pela BR-101, em Santa Catarina, para a CCR, e pelo corredor Piracicaba-Panorama, em São Paulo, para o Pátria.
A empresa, porém, vem se capitalizando para participar dos leilões de infraestrutura. A companhia passa por uma reestruturação societária, cujo primeiro fechamento foi concluído em março. No processo, a Igli (subsidiária da companhia italiana de infraestrutura ASTM) realizou um aporte na Primav Infra (acionista direta da Ecorodovias) no valor de R$ 880,9 milhões.