.

CBIC debate Investimento em Infraestrutura no Brasil em evento da FIESP

FONTE: CBIC

Nesta segunda-feira (30), durante o 15º ConstruBusiness – Congresso Brasileiro da Construção, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a presença da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no debate sobre investimentos em infraestrutura no Brasil trouxe à tona discussões cruciais para o desenvolvimento do país. O presidente Executivo da Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura Social e Logística  (APEOP) e vice-presidente de Infraestrutura da CBIC, Carlos Eduardo Jorge Lima, representou a entidade e enfatizou a importância de investir em infraestrutura e os desafios que isso envolve.

“Eu acredito que se a gente pudesse estabelecer uma unidade de medida para infraestrutura teríamos hoje uma perfeita equivalência entre oportunidade e desafios, em linguagem de engenheiro: X oportunidade é igual a X desafios que nós temos pela frente”, afirmou Lima Jorge durante abertura do evento.

Completando sua fala inicial, ele citou que assim como a infraestrutura onde predominam as áreas de transporte, é importante olhar para a social. “Tão importante quanto é a infraestrutura social, essa envolvendo saneamento, educação, saúde, segurança, habitação, entre tantas outras que compõem a infraestrutura social do país.”

Lima Jorge destacou a necessidade de um investimento substancial, equivalente a 4% do PIB, apenas para manter o status atual da infraestrutura no país. Ele ressaltou que, apesar de algumas iniciativas recentes, como o lançamento do novo PAC, que prevê R$ 1,7 trilhão de investimento nos próximos anos, e a expansão do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), há um longo caminho a percorrer para alcançar níveis adequados de investimento.

“Acho que a gente pode afirmar, com total segurança hoje, que existe um consenso da importância da infraestrutura, o papel que ela exerce na economia e também sob o ponto de vista social do país. No entanto, com uma necessidade de investimento da ordem de R$ 200 bilhões por ano, equivalente a 4% do PIB, apenas para manter o status da infraestrutura colocada no país, a gente tem uma aplicação muito baixa ainda de investimentos na infraestrutura.”

Roberto Garibe, secretário Especial Adjunto de Articulação e Monitoramento do Ministério da Casa Civil, também participou do debate, representando o governo e abordou a importância do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Eu compreendo a necessidade vital do investimento, pois ele dá, podemos dizer, as fronteiras daquilo que nós podemos crescer”, pontuou Garibe.

Garibe ressaltou que o investimento é uma variável caprichosa e que requer coordenação e pactuação política para se tornar efetivo. Ele enfatizou que a pactuação é uma prática fundamental para promover o investimento em infraestrutura e observou que desde os anos 80 o Brasil tem enfrentado uma tendência de queda nos investimentos.

Além disso, Garibe destacou a importância de investir em infraestrutura social, como educação e saúde, e como esses setores podem contribuir para a reindustrialização do país e a transição ecológica.

Felipe Borim, superintendente da Área de Infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), compartilhou as diretrizes do BNDES no que diz respeito aos investimentos em infraestrutura.

“O investimento em infraestrutura nos últimos 10 anos no país também caiu mais ou menos 20% em termos reais, o que é uma coisa assustadora, dada a necessidade de infraestrutura que a gente tem. Em 10 anos o investimento cair 20% é muito grave, então esse esforço de retomada é muito urgente”, destacou.

Borim ressaltou o compromisso do BNDES em apoiar e viabilizar investimentos em infraestrutura, desde a estruturação de projetos até o fornecimento de financiamento para projetos importantes para o desenvolvimento do país.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp), Luiz Albert Kamilos, também esteve presente no debate e falou sobre o estado de São Paulo, destacando os desafios e oportunidades específicas do estado em relação à infraestrutura.