3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3): O que Genial acha de possível fusão?

FONTE: Money Times

A possível fusão entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) faz com que o mercado encare o setor com olhos ainda mais atentos. Também, é o que está fazendo a Genial Investimentos, que analisou a situação e considera a movimentação positiva, recomendando “compra” para as ações RRRP3.

Para a Genial, o cenário é mais positivo ainda para a 3R, “por se tratar de uma empresa que negocia com múltiplos deprimidos em relação aos demais nomes da indústria, fazendo com que uma reprecificação de múltiplos e eventual apropriação de sinergias faça com que o preço da ação seja mais sensível a esse tipo de notícia”.

Outro desmembramento da situação seria uma possível pressão na PetroRecôncavo (RECV3) para que a fusão entre a empresa e a 3R Petroleum finalmente saia do papel.

A operação envolvendo a RECV3 criaria uma empresa com 600 milhões de barris de reserva, valor de mercado de R$ 12 bilhões e uma produção diária de 70 mil barris de petróleo.

Proposta de fusão tem um calcanhar de Aquiles

A proposta da Enauta envolve todos os ativos da 3R. De acordo com a negociação, os acionistas da 3R e Enauta ficariam com 53% e 47% da nova empresa formada, respectivamente, com o valor anunciado em sinergias esperadas para a nova empresa de US$ 1,5 bilhão.

Para a Genial, o valor de US$ 1,5 bilhão é difícil de ser observado de maneira tão clara quanto no negócio entre RECV3 e RRRP3.

Em nota, citada pela Genial, a nova empresa teria uma produção potencial da combinação que superaria “100 mil barris de óleo equivalente com oportunidade de crescimento composto nos próximos cinco anos e reservas operadas superiores a 700 milhões de barris em portfólio altamente complementar e diversificado”.

No relatório, assinado pelos analistas Vitor Sousa e Israel Rodrigues, e publicado no dia 3 de abril, a corretora diz que existe um grande valor a ser destravado, caso a nova empresa consiga implementar todas as sinergias anunciadas, mas a Genial é reticente com a proposta realizada pela Enauta, ainda que o mercado possa reprecificar positivamente a ação no curto prazo.

O “pé atrás” com a situação diz respeito à ideia de que compartilhar o upside da Enauta com a base acionária de outra empresa parece inapropriado, “dando a impressão que a empresa eventualmente tenha baixa confiança em sua capacidade de entrega”.

Além disso, a Genial se pergunta “como seria a fusão de duas empresas que atuam na mesma indústria, mas em segmentos distintos, possa resultar como algo interessante para nova empresa formada”, no caso da Enauta que trabalha com desenvolvimento de ativos e da 3R, que tem como foco o desenvolvimento de ativos maduros.