FONTE: Trakenup Green Energy Efficiency.

Embora a região Nordeste do Brasil apresente uma enorme capacidade para a conexão de cargas de grande porte, incluindo a produção de hidrogênio verde, o cenário ainda levanta sérias questões sobre a viabilidade real desse potencial.

O estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE, indicou que a margem de conexão na região chega a 3,9 GW no cenário inferior e até 8,35 GW no cenário superior, sendo capaz de atender inicialmente aos projetos de hidrogênio em andamento. 

Contudo, com a iminente chegada de 9 projetos de hidrogênio verde, cujas capacidades somadas alcançam impressionantes 35 GW, a capacidade da infraestrutura local precisa ser urgentemente reavaliada. 

O problema da sobrecarga nas linhas de transmissão, como as identificadas nas simulações, sugere que o sistema atual pode não ser capaz de suportar o volume de demanda projetado, o que pode levar a um colapso na rede e a um gasto desnecessário com adaptações.

Outro ponto crítico é que, apesar do grande apelo dos megaprojetos de hidrogênio verde, muitos desses empreendimentos estão tecnicamente longe de serem concretizados.

Caso esses projetos não saiam do papel ou se arrastem por anos sem a devida implementação, o Brasil poderá se ver diante de um gasto exorbitante em infraestrutura e recursos que poderia ser evitado, resultando em um investimento ineficiente e sem retorno. 

Em nosso parecer a prudência é essencial para evitar o desperdício de recursos públicos e privados em iniciativas que ainda carecem de uma análise profunda de viabilidade técnica, financeira e ambiental.