FONTE: PetroNotícias

A saga da construção do Polo Gaslub Itaboraí (antigo Comperj) já não pode mais ser comparada a uma novela, mas sim a uma longa série que está prestes a iniciar uma nova temporada. A pergunta que fica é: estamos perto do desfecho da história? Isso só o tempo dirá. A novidade da vez é que a Petrobrás inicia na quinta-feira (15) uma nova licitação para contratar os serviços de construção civil, montagem, comissionamento e operação assistida da unidade de processamento de gás natural (UPGN) do Gaslub. A previsão inicial é que a abertura dos envelopes com as propostas das potenciais interessadas aconteça no dia 15 de novembro. O processo de contratação terá abrangência nacional. O contrato terá prazo de execução de 545 dias.

Importante aqui fazer uma distinção. Como noticiado pelo Petronotícias, a Petrobrás já havia lançado em julho uma outra licitação relacionada à UPGN do Polo Gaslub. Aquela concorrência, contudo, era voltada para finalização do escopo de projeto executivo da unidade de processamento de gás natural, subestações elétricas, unidades auxiliares e off-sites. Essa licitação já está em curso. A nova concorrência, que será aberta amanhã, será voltada para técnica de engenharia para a obra, construção civil, montagem eletromecânica, interligações, comissionamento, pré-operação, partida e operação assistida do remanescente de obras da UPGN.

Na parte de construção civil, a futura empresa escolhida deverá realizar o fornecimento de materiais e a execução de todos os serviços remanescentes de Construção Civil, Montagem e Arquitetura necessários à implantação e ao perfeito funcionamento da Unidade Industrial, incluindo, mas não se limitando a: Estruturas metálicas; Arquitetura; Instalações prediais; Instalações hidráulicas, sanitárias e pluviais; Pavimentação e arruamento; entre outros.

Para lembrar, as obras da UPGN do Gaslub estavam sendo tocadas pelo consórcio formado pela chinesa Kerui e a brasileira Método. Contudo, em julho, a Petrobrás decidiu encerrar o contrato com a Kerui-Método. Antes desse cancelamento, o consórcio já havia demitido 2 mil pessoas que trabalhavam nas obras. Hoje, as atividades no canteiro estão paralisadas, sendo realizadas apenas operações de preservação dos equipamentos e das instalações. O imbróglio na UPGN do Polo Gaslub está relacionado com desentendimento entre o consórcio e a Petrobrás sobre os valores das obras. Inicialmente orçada em cerca de R$ 2 bilhões pelos chineses, a UPGN viu seu valor saltar para mais de R$ 3 bilhões, por conta de variações cambiais, impactos da pandemia e mudanças no projeto.

O chamado Projeto Integrado Rota 3 envolve o gasoduto Rota 3 e a UPGN do Polo Gaslub, além de outras estruturas necessárias para sua operação. A vazão de escoamento do gasoduto será de aproximadamente 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Já a UPGN poderá processar 21 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural provenientes do polo pré-sal da Bacia de Santos.

Inicialmente, a ideia da Petrobrás era iniciar a operação do Projeto Integrado Rota 3 ainda no segundo semestre deste ano. Agora, diante do impasse envolvendo a Kerui-Método, uma nova data está sendo analisada pela petroleira. Os detalhes e toda a documentação da nova licitação das obras da UPGN do Comperj (7003880488) estão disponíveis no site da Petronect.