Papel estratégico no sucesso dos empreendimentos de mineração

Mesa-redonda trouxe um consenso que engenharia e consultoria mineral não devem ser vistas como meras prestadoras de serviço, mas como parceiras estratégicas para o sucesso dos empreendimentos.

FONTE: Brasil Mineral.

A ,mais recente mesa-redonda promovida pela Brasil Mineral, trouxe um consenso entre os profissionais do setor, ao afirmarem que engenharia e consultoria mineral não devem ser vistas como meras prestadoras de serviço, mas como parceiras estratégicas para o sucesso dos empreendimentos. A integração entre experiência, tecnologia, planejamento e comunicação com o cliente é a chave para garantir projetos viáveis, eficientes e sustentáveis no setor mineral brasileiro.

O debate contou com a participação de Paulo Bergmann, Diretor de Operações da GE21; Maria Teresa Barros, Diretora de Performance LATAM da AtkinsRéalis; Daniel Ramos, Gerente de Engenharia da Ausenco; Jonas Borçato, Key Account Manager da Unidade de Negócios em Mineração da SEEL Engenharia; Cássio Gomes, Diretor de Desenvolvimento Organizacional e Qualidade da ECM Projetos Industriais; Fernando Aoki, Sócio-diretor da ProMiner; Julio Bustamante, Gerente Comercial da Tecnomin; Simão Carvalho, Gerente de Engenharia da Tetra Tech; Nelson Tsutsumi (Presidente da Apemi); além do suporte técnico de Arão Portugal (Diretor da AP Consultoria) e Claudia Diniz (Líder de Inovação Industrial LATAM da Accenture), ambos integrantes do Conselho Consultivo de Brasil Mineral.

A mesa-redonda discutiu assuntos como a participação das empresas de Engenharia e Consultoria Mineral na otimização do CAPEX (investimento de capital) e do OPEX (custos operacionais) em projetos de mineração, revelou desafios persistentes e soluções estratégicas que estão moldando a forma como os empreendimentos minerários são planejados e executados.

Outros aspectos também estiveram presentes no debate: o diferencial essencial da senioridade, especialmente nas fases iniciais do projeto; a necessidade de integração da construção ao planejamento; desafios com orçamentos e fornecedores; as pressões por prazos mais curtos; a responsabilidade compartilhada e a maturidade técnica; o uso de tecnologias como digital twins e inteligência artificial e a importância da criação de um banco de dados colaborativo.

O encontro iniciou com o seguinte questionamento: De que forma as empresas de engenharia e consultoria mineral podem contribuir para otimizar o CAPEX dos projetos e o OPEX das operações?

Paulo Bergmann, diretor de Operações da GE21, abriu a discussão destacando as dificuldades impostas pela diversidade de modelos de estimativa e pela escassez de minérios de alta qualidade. “A formação de um CAPEX realista e atrativo é um grande desafio, especialmente com a complexidade crescente dos projetos. Muitas vezes, não conseguimos respostas concretas dos fornecedores nas fases iniciais, o que prejudica a precisão orçamentária”, afirmou. Para ele, a criação de um banco de dados colaborativo de custos seria uma solução valiosa.

Bergmann lembrou ainda que nas Juniors Companies, os orçamentos são limitados e que para o projeto passar da fase de maturidade as ações precisam ser mais audaciosas na hora de fazer a estimativa.

Maria Teresa Barros, diretora de Performance LATAM da AtkinsRéalis, enfatizou o papel transformador da engenharia desde as fases iniciais: “a empresa de engenharia ou consultoria tem um papel extremamente importante estratégico na geração de valor para o cliente”. Segundo ela, o custo da engenharia representa menos de 5% do investimento total, “mas é nesse momento que temos maior capacidade de influenciar os custos do ciclo de vida do projeto”, explicou. Ela defendeu a combinação de um mix de senioridade com o time de engenheiros e o uso de tecnologias como design reuse, automação de rotinas e ferramentas de inteligência artificial. “A chave é integrar conhecimento e inovação para tomar decisões mais embasadas, mesmo em abordagens como o fast track. Com uma engenharia robusta, o resultado é positivo em todas as fases para controle do CAPEX e do OPEX”. E salientou ainda que a engenharia conceitual pode evitar retrabalhos caros e atrasos mais adiante.

Daniel Ramos, gerente de Engenharia da Ausenco, complementou a visão de Maria Teresa destacando a importância da fase conceitual. “Ali está a inteligência do projeto. Trabalhamos para que o cliente entenda o valor presente líquido desde o início, mostrando como certas escolhas impactam o CAPEX e o OPEX futuros”, disse. Daniel reforçou que a inteligência aplicada desde a fase pré-conceitual é fundamental para agregar valor. Defensor do conceito “fit-for-purpose”, ele lembrou que layouts otimizados reduzem materiais e emissões de carbono. “O projeto deve ser dimensionado para o momento de mercado e evoluir conforme a geração de receita”, pontuou.

Veja a matéria completa na edição 448 de Brasil Mineral